terça-feira, junho 17, 2025
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Xenofobia: Processo Disciplinar Contra Bobadilla

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Xenofobia: Processo Disciplinar Contra Bobadilla

Xenofobia: A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) instaurou um processo disciplinar contra o meio-campista paraguaio Damián Bobadilla, atleta do São Paulo Futebol Clube, após denúncia de xenofobia feita pelo lateral-esquerdo venezuelano Miguel Navarro, do Talleres, durante partida da Copa Libertadores realizada no estádio Morumbis, em São Paulo, na última quarta-feira (29).

De acordo com Navarro, o episódio ocorreu nos minutos finais da partida, logo após o segundo gol do São Paulo, que selou a vitória do time brasileiro por 2 a 1. O venezuelano afirma ter sido alvo de insultos xenofóbicos por parte de Bobadilla, que o teria chamado de “venezuelano morto de fome” em tom ofensivo e discriminatório. O comentário teria sido feito durante uma discussão entre os jogadores, acirrada pela tensão do jogo.

Navarro ficou visivelmente abalado após o suposto insulto. Imagens de transmissão mostram o jogador com os olhos marejados, emocionado e inconsolável. Segundo relatos de membros da equipe argentina, o lateral considerou deixar o campo imediatamente, mas decidiu permanecer até o apito final. Após o término da partida, o jogador dirigiu-se à delegacia improvisada no estádio e registrou um boletim de ocorrência relatando o caso. Duas testemunhas – ambas jogadores do Talleres – confirmaram a versão de Navarro à polícia e à imprensa argentina.

A denúncia rapidamente repercutiu nas redes sociais e na mídia esportiva internacional, aumentando a pressão sobre a Conmebol para uma resposta firme e ágil. A entidade confirmou, por meio de nota oficial, a abertura de um processo com base no artigo 15 do Código Disciplinar, que trata de condutas discriminatórias. A norma prevê uma suspensão mínima de dez partidas ou um período de quatro meses para quem cometer atos de racismo, xenofobia ou qualquer outro tipo de intolerância.

Em vídeo publicado nas redes sociais no dia seguinte ao jogo, Damián Bobadilla pediu desculpas públicas a Navarro e à comunidade venezuelana. Ele reconheceu que reagiu de forma inadequada em um momento de forte emoção e pressão, mas negou ter tido intenção discriminatória. “Peço desculpas por qualquer ofensa causada. Não foi minha intenção magoar ninguém com base em sua nacionalidade. Reagi no calor do jogo, e me arrependo profundamente”, afirmou o jogador.

O São Paulo Futebol Clube também se manifestou oficialmente sobre o episódio. Em nota, o clube declarou que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, reafirmando seu compromisso com os valores de respeito e inclusão no esporte. A diretoria prometeu acompanhar de perto o desenrolar das investigações e adiantou que medidas educativas e de conscientização serão adotadas com Bobadilla e o restante do elenco.

Além da apuração na esfera esportiva, o caso também será analisado pela justiça criminal brasileira. Bobadilla foi intimado a prestar depoimento na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADIE), nesta sexta-feira (31), onde poderá apresentar sua versão dos fatos.

A Federação Venezuelana de Futebol (FVF) publicou um comunicado expressando total apoio a Miguel Navarro e destacando a gravidade do ocorrido. A entidade pediu sanções exemplares à Conmebol e à FIFA, além de reforço nos protocolos de combate à discriminação nas competições sul-americanas. “O futebol deve ser um espaço de união, respeito e igualdade. Atitudes discriminatórias não podem ser toleradas sob nenhuma circunstância”, declarou a FVF.

Este é o segundo episódio de xenofobia registrado na atual edição da Copa Libertadores. Em abril, o meio-campista uruguaio Pablo Ceppelini, então atuando pelo Cuiabá, foi punido com uma suspensão de quatro meses após chamar um torcedor do Boca Juniors de “boliviano” de maneira pejorativa durante confronto pela fase preliminar do torneio.

A Conmebol indicou que continuará apurando os detalhes do incidente envolvendo Bobadilla e Navarro, e uma decisão definitiva deve ser anunciada nas próximas semanas. O caso é acompanhado de perto por entidades esportivas, autoridades e organizações de direitos humanos, dada sua relevância no combate à intolerância dentro e fora dos gramados.

Xenofobia: Processo Disciplinar Contra Bobadilla

Lula se coloca como “escolhido” por Deus para salvar o sertão – e expõe seu messianismo político

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Durante a inauguração do Ramal do Apodi, trecho da transposição do Rio São Francisco na Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mais uma de suas declarações polêmicas — e, para muitos, profundamente ególatras:

“Deus deixou o sertão sem água porque Ele sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água pra cá.”

A frase, dita em tom de celebração, rapidamente repercutiu nas redes sociais e na imprensa. Mas para além da euforia dos aliados, o conteúdo da declaração escancara o velho traço messiânico do discurso lulista: a ideia de que ele, e somente ele, é o protagonista da história brasileira, como se até a natureza e os desígnios divinos girassem ao redor de sua trajetória política.

Imagem gerada por inteligência artificial. Uso meramente ilustrativo.

O salvador da pátria?

Ao afirmar que Deus “esperou” por sua presidência para resolver o problema da seca no Nordeste — uma tragédia histórica que castiga milhões há séculos — Lula não apenas distorce o papel coletivo das políticas públicas como apaga os esforços de técnicos, engenheiros, governos anteriores e da própria população sertaneja.

Mais grave ainda: ele rebaixa a tragédia da seca nordestina a um enredo que teria como único propósito glorificar sua biografia política. É uma forma disfarçada de sacrilégio e culto à personalidade, que se apresenta com um sorriso, mas esconde arrogância e desrespeito.

Uma retórica cansada e perigosa

Não é a primeira vez que Lula se utiliza de simbologia religiosa e mítica para fortalecer sua imagem. Já foi comparado a Jesus por aliados, já se referiu a si mesmo como um “milagre” da política e já declarou que “o povo é Deus” — numa tentativa mal disfarçada de se identificar com o sagrado.

Mas há uma diferença entre usar metáforas populares e construir uma imagem de enviado divino. Quando um político se coloca como escolhido de Deus para resolver problemas nacionais, estamos diante de um populismo messiânico perigoso, típico de regimes personalistas e antidemocráticos.

Uma obra que não começou com Lula

A transposição do Rio São Francisco é uma obra que atravessa décadas e diferentes gestões — iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso, estruturada por Lula e Dilma, interrompida e retomada por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Reduzi-la ao “milagre” de um só presidente é não apenas desonesto, mas também um insulto à inteligência do eleitor.

Lula tenta transformar uma política pública em uma epopeia pessoal. Mas água não é milagre: é engenharia, é planejamento, é trabalho coletivo — e é, acima de tudo, um direito, não um favor.

Conclusão: o velho Lula de sempre

A fala de Lula reforça que, mesmo no terceiro mandato, ele continua o mesmo: um líder populista que prefere o aplauso fácil à responsabilidade institucional. Em vez de celebrar o avanço de políticas públicas com humildade, prefere se pintar como salvador, como figura única na história nacional.

O sertão precisa de água — não de heróis autoproclamados.