Cacatuas inteligentes estão surpreendendo cientistas e moradores em Sydney, Austrália, ao demonstrarem um comportamento raro: usar os pés para abrir fontes públicas de água e se reidratar. A observação foi registrada por pesquisadores australianos e já viraliza nas redes sociais. O comportamento envolve não só o uso de ferramentas, mas também aprendizagem social — cacatuas observam outras fazendo o gesto e repetem a ação com sucesso.
Comportamento sofisticado das cacatuas inteligentes em meio urbano
As aves da espécie Cacatua galerita, nativas da Austrália, já são conhecidas por sua inteligência acima da média. No entanto, as novas observações feitas em parques de Sydney revelam uma capacidade ainda mais impressionante: as cacatuas estão aprendendo a operar bebedouros públicos, pressionando os botões com os pés e inclinando a cabeça para beber diretamente da fonte.
Segundo os pesquisadores envolvidos no estudo, trata-se de um comportamento aprendido — não instintivo — e que vem sendo passado de uma ave para outra. O fato de o aprendizado se espalhar entre diferentes bandos e locais indica um tipo de “cultura animal”, semelhante ao que já foi documentado entre primatas e corvos.
Adaptação urbana e inteligência social
Para abrir os bebedouros, as cacatuas precisam usar uma força considerável com as patas e um movimento preciso do bico. Algumas esperam em fila, enquanto outras tentam simultaneamente, indicando uma dinâmica social em evolução. Esse tipo de adaptação é raro entre aves e reforça a teoria de que a inteligência pode surgir por pressão ambiental, principalmente em cidades.
O comportamento foi documentado por meio de câmeras instaladas nos parques, e logo vídeos começaram a circular em redes como TikTok e Instagram, chamando atenção da imprensa global. “É como se tivessem descoberto um modo de operar um dispositivo humano, com lógica e observação”, comentou um dos cientistas envolvidos.
Cacatuas inteligentes e o futuro do estudo comportamental animal
O caso das cacatuas inteligentes levanta novas questões sobre o quanto a vida urbana influencia a cognição animal. Segundo os autores do estudo, que foi publicado na revista Nature Ecology & Evolution, essa habilidade não é apenas uma curiosidade: ela mostra como algumas espécies estão evoluindo cognitivamente em contato direto com a infraestrutura humana.
Esse tipo de aprendizagem social já foi observado em outras aves, como corvos, mas é raro em papagaios e espécies tropicais. As cacatuas inteligentes são agora candidatas promissoras para estudos comparativos sobre cultura e transmissão de conhecimento entre animais.
O vídeo que originou o interesse público pode ser visto em matéria do Times of India, que destacou o comportamento único das aves como um marco para a etologia urbana.
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Implicações para conservação e políticas públicas
O aumento da presença de animais inteligentes em áreas urbanas levanta discussões sobre convivência e infraestrutura. Seria o caso de adaptar bebedouros para uso compartilhado com animais selvagens? Ou isso causaria dependência artificial? Embora o fenômeno seja fascinante, especialistas pedem cautela para não interferir demais no comportamento natural das espécies.
Em algumas áreas de Sydney, autoridades já estão monitorando as interações das aves com equipamentos públicos, e há planos para documentar melhor os impactos comportamentais e ecológicos a longo prazo.
Conclusão
O comportamento das cacatuas inteligentes em Sydney não apenas encanta pela genialidade, mas também abre espaço para novas abordagens na relação entre animais e cidades. Ao aprenderem a usar fontes d’água, essas aves nos mostram que a inteligência animal pode estar muito além do que imaginamos — e que talvez estejamos apenas arranhando a superfície da complexidade cognitiva do mundo natural. É uma lição de humildade e fascínio em plena vida urbana, que convida à reflexão sobre coexistência, respeito e admiração por essas mentes brilhantes que compartilham nosso espaço. ao aprenderem a usar fontes de água em Sydney