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Lula se coloca como “escolhido” por Deus para salvar o sertão – e expõe seu messianismo político

Durante a inauguração do Ramal do Apodi, trecho da transposição do Rio São Francisco na Paraíba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mais uma de suas declarações polêmicas — e, para muitos, profundamente ególatras:

“Deus deixou o sertão sem água porque Ele sabia que eu ia ser presidente da República e que eu ia trazer água pra cá.”

A frase, dita em tom de celebração, rapidamente repercutiu nas redes sociais e na imprensa. Mas para além da euforia dos aliados, o conteúdo da declaração escancara o velho traço messiânico do discurso lulista: a ideia de que ele, e somente ele, é o protagonista da história brasileira, como se até a natureza e os desígnios divinos girassem ao redor de sua trajetória política.

Imagem gerada por inteligência artificial. Uso meramente ilustrativo.

O salvador da pátria?

Ao afirmar que Deus “esperou” por sua presidência para resolver o problema da seca no Nordeste — uma tragédia histórica que castiga milhões há séculos — Lula não apenas distorce o papel coletivo das políticas públicas como apaga os esforços de técnicos, engenheiros, governos anteriores e da própria população sertaneja.

Mais grave ainda: ele rebaixa a tragédia da seca nordestina a um enredo que teria como único propósito glorificar sua biografia política. É uma forma disfarçada de sacrilégio e culto à personalidade, que se apresenta com um sorriso, mas esconde arrogância e desrespeito.

Uma retórica cansada e perigosa

Não é a primeira vez que Lula se utiliza de simbologia religiosa e mítica para fortalecer sua imagem. Já foi comparado a Jesus por aliados, já se referiu a si mesmo como um “milagre” da política e já declarou que “o povo é Deus” — numa tentativa mal disfarçada de se identificar com o sagrado.

Mas há uma diferença entre usar metáforas populares e construir uma imagem de enviado divino. Quando um político se coloca como escolhido de Deus para resolver problemas nacionais, estamos diante de um populismo messiânico perigoso, típico de regimes personalistas e antidemocráticos.

Uma obra que não começou com Lula

A transposição do Rio São Francisco é uma obra que atravessa décadas e diferentes gestões — iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso, estruturada por Lula e Dilma, interrompida e retomada por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Reduzi-la ao “milagre” de um só presidente é não apenas desonesto, mas também um insulto à inteligência do eleitor.

Lula tenta transformar uma política pública em uma epopeia pessoal. Mas água não é milagre: é engenharia, é planejamento, é trabalho coletivo — e é, acima de tudo, um direito, não um favor.

Conclusão: o velho Lula de sempre

A fala de Lula reforça que, mesmo no terceiro mandato, ele continua o mesmo: um líder populista que prefere o aplauso fácil à responsabilidade institucional. Em vez de celebrar o avanço de políticas públicas com humildade, prefere se pintar como salvador, como figura única na história nacional.

O sertão precisa de água — não de heróis autoproclamados.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Parabéns, Miguel!
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