Missão ilegal não é cumprida
O ex-presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento nesta segunda-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a chamada “minuta do golpe”. Mas o que deveria ser apenas mais uma oitiva transformou-se em um momento simbólico de resistência: “Missão legal dada é missão cumprida. Missão ilegal não é cumprida”, declarou Bolsonaro com firmeza, direcionando o recado ao próprio Moraes. A frase, usada para reafirmar a postura constitucional das Forças Armadas, repercutiu imediatamente nas redes sociais, provocando reações de apoio e críticas ao Supremo.
Depoimento com recado
Durante a oitiva, Bolsonaro reiterou que jamais ordenou ou planejou qualquer ruptura institucional. Questionado sobre a minuta encontrada em posse de aliados, o ex-presidente classificou o documento como “sem valor jurídico” e reforçou que sempre confiou no papel das Forças Armadas dentro da legalidade. Foi neste contexto que lançou a frase que se tornaria a tônica do dia: “Missão ilegal não é cumprida”.
Analistas políticos apontam que a declaração não foi apenas uma reafirmação da doutrina militar, mas também uma clara provocação a Alexandre de Moraes, acusado por muitos de agir politicamente sob a toga do STF. O recado foi entendido como um alerta de que ordens judiciais fora dos limites constitucionais não teriam respaldo dos militares — e, implicitamente, do próprio povo.
Clima tenso entre STF e militares
A relação entre o Supremo Tribunal Federal e as Forças Armadas tem sido marcada por desconfiança mútua. Nos últimos anos, decisões monocráticas de Moraes atingiram diretamente não apenas civis, mas também militares da reserva. O temor de uma judicialização excessiva da política aumentou, especialmente após investigações que colocam aliados de Bolsonaro sob suspeita de “tentativas de golpe”, mesmo sem provas materiais consistentes.
No depoimento, Bolsonaro fez questão de reforçar que jamais incitou qualquer tipo de desobediência civil ou ruptura democrática. “Quem comete crime responde. Mas o que temos visto é a criminalização da opinião, da dúvida, da crítica. Isso sim é perigoso”, afirmou.
Reações nas redes e entre aliados
A frase “missão ilegal não é cumprida” rapidamente virou trending topic nas redes sociais. Parlamentares da oposição elogiaram a postura do ex-presidente e consideraram o depoimento uma demonstração de coragem diante de um ministro que, segundo eles, “age como inquisidor”.
O deputado Eduardo Bolsonaro comentou: “Meu pai apenas lembrou o que está na Constituição. As Forças Armadas não são instrumento de abuso, e sim de defesa do país”. Já Flávio Bolsonaro publicou: “Uma aula de firmeza e respeito à legalidade. Quem se sente incomodado com isso, talvez esteja do lado errado da história”.
Contradições e liberdade de expressão
O episódio reacende o debate sobre os limites entre o Poder Judiciário e o direito à liberdade de expressão. Críticos apontam que enquanto cidadãos comuns são investigados por posts em redes sociais, ministros do STF seguem tomando decisões polêmicas sem prestar contas ao povo.
É impossível não comparar: quando militantes de esquerda chamaram o ex-presidente Jair Bolsonaro de “genocida” em plena pandemia, o argumento utilizado pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino, foi o de que se tratava de liberdade de expressão. Hoje, o mesmo direito parece não se aplicar a quem critica Lula ou o próprio Moraes.
Conclusão
O depoimento de Jair Bolsonaro a Alexandre de Moraes foi muito além do esperado. Com uma frase simples e poderosa, o ex-presidente conseguiu mobilizar seus apoiadores e ressuscitar o debate sobre os limites da autoridade judicial. A mensagem é clara: a lei está acima de vontades pessoais, inclusive as de ministros da Suprema Corte. E as Forças Armadas, como lembrou Bolsonaro, seguem fiéis à Constituição — não a interesses políticos disfarçados de justiça.
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