Rumble ignora Moraes
Em mais um episódio que abala a credibilidade internacional do Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de uma inédita repreensão por parte do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ). A carta oficial, enviada em maio de 2025, rejeita de forma veemente as ordens do magistrado brasileiro para que a plataforma de vídeo norte-americana Rumble bloqueasse e desmonetizasse contas ligadas ao influenciador conservador Allan dos Santos. O DOJ deixou claro: essas ordens “não têm força legal nos Estados Unidos” e ferem diretamente a Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão.
Rumble ignora Moraes: censura sem efeito nos EUA
Alexandre de Moraes, que já se tornou símbolo de decisões polêmicas envolvendo redes sociais no Brasil, viu sua autoridade internacional ruir ao tentar impor censura além das fronteiras nacionais. A empresa Rumble, baseada nos Estados Unidos, simplesmente recusou-se a acatar as ordens do ministro, considerando-as uma afronta aos princípios constitucionais que protegem a liberdade de expressão.
Mais do que desobediência, a Rumble se uniu à Truth Social, rede social criada por Donald Trump, e processou Moraes em um tribunal federal da Flórida, alegando censura extraterritorial. A Justiça americana, embora ainda não tenha julgado o mérito, sinalizou que as ordens brasileiras carecem de validade legal no território norte-americano. Um recado claro: os Estados Unidos não aceitarão imposições de censura vindas de autoridades estrangeiras.
Ministro Alexandre de Moraes encurralado por liberdade de expressão
O caso ganhou ainda mais gravidade com declarações do senador Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, que mencionou a possibilidade de Moraes ser alvo de sanções com base na Lei Global Magnitsky. Essa legislação permite ao governo americano punir indivíduos estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou corrupção — categorias nas quais as ações do ministro brasileiro podem se enquadrar, segundo críticos.
Para o CEO da Rumble, Chris Pavlovski, a resposta do DOJ foi clara e simbólica: o mundo livre não aceitará tentativas de censura por parte de regimes ou autoridades que extrapolam seus poderes nacionais. “Estamos comprometidos com a liberdade de expressão”, declarou. A postura de Moraes, vista por muitos como autoritária, está colocando o Brasil em rota de colisão com os princípios democráticos mais elementares do Ocidente.
Um legado arranhado e isolado internacionalmente
A atuação de Alexandre de Moraes neste caso agrava ainda mais seu já controverso histórico à frente do STF. Suas decisões têm sido duramente criticadas não apenas por conservadores no Brasil, mas agora também por lideranças internacionais. O constrangimento causado pela carta do DOJ é inédito e levanta sérias dúvidas sobre os rumos do Judiciário brasileiro sob sua influência.
Especialistas apontam que Moraes vem confundindo sua função de magistrado com a de censor em chefe. Sua insistência em extrapolar fronteiras jurídicas pode comprometer não só sua imagem, mas também a do STF como instituição. A tentativa de silenciar Allan dos Santos além do território nacional foi não apenas tecnicamente inválida, mas politicamente desastrosa. As ações de Moraes acendem alertas sobre o risco de se institucionalizar uma cultura de perseguição política disfarçada de legalidade.
Não é a primeira vez que Alexandre de Moraes impõe medidas duras contra vozes conservadoras. No Brasil, suas decisões já atingiram parlamentares, jornalistas e até cidadãos comuns que criticaram o Judiciário. Agora, ao tentar exportar essa mesma postura autoritária para os Estados Unidos, ele encontrou um muro institucional: a Primeira Emenda e um sistema jurídico que zela pela liberdade com firmeza.
O episódio envolvendo Alexandre de Moraes e a tentativa de censurar a Rumble é um marco negativo para o Judiciário brasileiro. A humilhação imposta pelos Estados Unidos revela o quanto sua postura autoritária está fora de sintonia com as democracias modernas. Mais do que um revés legal, trata-se de um alerta moral: a liberdade de expressão não conhece fronteiras e deve ser respeitada por qualquer autoridade que se pretenda democrática. O legado de Moraes, longe de se consolidar como símbolo de justiça, pode ser lembrado como um dos períodos mais sombrios da liberdade de expressão no Brasil.